14 de Novembro: Dia de lembrar a traição aos heróis Lanceiros Negros

14 de novembro, além de abrir as festividades da Semana da Consciência Negra em todo Brasil, também é dia de lembrar uma das maiores traições acontecidas durante a Revolução Farroupilha. Os Lanceiros Negros, grupo de infantaria farrapa, acampava, com o restante do exercito Farroupilha, no local conhecido por Arroio Porongos (hoje município de Pinheiro Machado). Neste local aconteceu o último confronto da Revolução Farroupilha, que resultou no massacre do Corpo de Lanceiros Negros. Sob comando do General David Canabarro, foram desarmados e separados do restante da topa. Na madrugada do dia 14 de novembro de 1844, foram atacados de surpresa pelo exército federal. Cerca de 100 homens negros foram literalmente dizimados, os que conseguiram sobreviver foram levados para o RJ, onde voltaram a ser escravizados e obrigados a servir o exército federal.

Segundo os escritos mais sérios, o ataque teria sido previamente combinado entre o General Canabarro e o General Caxias. A intenção era eliminar os negros que não admitiam voltar à escravidão e manter cativos os que restassem. Com isso poderiam encaminhar o término da guerra. A liberdade para os negros que lutaram na Revolução Farroupilha era um compromisso assumido entre os chefes farrapos e os negros que lutassem ao seu lado. A forma como os ditos heróis Farroupilhas decidiram resolver o impasse foi com o massacre dos Lanceiros Negros.

Durante muitos anos, a história oficial mostrou uma versão de heroísmo dos comandantes brancos e ocultou a participação efetiva do contingente de negros e negras durante a Revolução Farroupilha, onde milhares morreram na busca pela liberdade.

Conhecer a história verdadeira

Este é apenas um dos episódios históricos onde os negros foram usados, na maioria das vezes para proteger vidas e interesses de brancos, cuja verdade, heroísmo e luta a história oficial desconstitui.

Por isso, a importância da implementação efetiva da Lei nº 10.639/03 , que obriga, nas escolas públicas e particulares da educação básica de todo o país, o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana.

A maioria dos alunos das escolas do RS e do Brasil ainda não conhecem a contribuição histórico-social dos descendentes de africanos ao país. A lei, que já tem sete anos e mudou a Lei de Diretrizes Básicas da Educação LDB, até hoje é negada pela maioria dos professores e das escolas. O Ministério Público tem atuado efetivamente e denunciado as Secretarias de Educação e escolas que não se esmeram na implementação da Lei.

O Movimento Negro tem produzido inúmeras iniciativas no sentido de sensibilizar a comunidade escolar e a sociedade em geral, da importância de privilegiar o estudo da história da África e dos africanos.

Assessoria de Comunicação